Linhas e Fotografias

(Imagem : Martim Whatson)
É uma flor. Não uma flor de jardim que alegre quem a cultiva, ou mesmo de um caminho perdido onde a veja alguém que passa. É uma flor de um campo bravio e onde pôs gosto em morar. O mais provável era ninguém a ver como muitas outras que ninguém vê. Terá vivido com algum insecto? Leva-lhe a aragem o pólen para outra flor que o espera? Mas é possível, simplesmente possível, que nasça e morra sem mais. Olhei-a eu por acaso – porque é que nasceste? Mas não lho perguntei porque toda a pergunta era absurda. Uma flor. Nascida e morta sem razão, nem sequer a razão de alguém a olhar. Flor gratuita e todo o seu mistério sem mistério nela. E toda a filosofia da vida aí. “


Vergílio Ferreira