“Terei
que morrer de novo para de novo nascer? Aceito. Vou voltar para o
desconhecido de
mim mesma e quando nascer falarei
em “ele” ou “ela”. Por enquanto o que me sustenta é o
“aquilo” que é um “it”. Criar de si próprio um ser é muito
grave. Estou-me criando. E andar
na escuridão completa à procura de nós mesmos é o que fazemos.
Dói. Mas é dor de parto: nasce uma coisa que é. É-se. É duro
como uma pedra seca. Mas o âmago é it mole e vivo, perecível,
periclitante. Vida de matéria elementar.”
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Clarice Lispector