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“There is great happiness in not wanting, in not being something, in not going somewhere.” - Paulo Boges por Gastão Fiandeiro vs Krishnamurti |
Linhas e Fotografias
(Imagem : Martim Whatson)
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- Robert Frank vs Paulo Borges
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“ Virá o dia em
que não mais distinguiremos o cão e a carraça, a pulga e o gato, o
homem e a lombriga, o presidente e o vagabundo, a senhora e a puta,o
analfabeto e o catedrático, ditadura, democracia e anarquia, merda e
pão, água e vinho, dinheiro e escarros, assassinos e vítimas, amor
e ódio, eu e o outro, liberdade e escravidão, medo e esperança,
solidão e companhia, prazer e dor, sabedoria e ignorância, vida e
morte, mal e bem, inferno e paraíso. Virá o dia em que será igual
o elogio e o escárnio, a divinização e a cruz, a glória e a
desgraça, o choro e o riso, o som e o silêncio, o pânico e a
coragem, a agressão e a carícia, a saúde e a doença. O dia em que
não haverá pais, mães e filhos, homens, animais e deuses,
natureza, cultura e civilização, masculino e feminino, céu e
terra. Esse será o dia em que terá fim toda a espiritualidade,
religião, filosofia, literatura, arte e ciência, toda a política,
ética, moral e economia, todas as nações, Estados, governos,
partidos, movimentos e sindicatos. Sim, virá esse dia, tremendo e
espantoso, num turbilhão de danças, clamores e risos. Virá esse
Dia e, quando ele vier, verás que vem todos os dias e a cada
instante. Pois o seu nome, portentoso e terrível, é Agora.”
- Do filme "Pina" de Wim Wenderes vs Paulo Borges
[…]
“E fica a Voz,
uma voz dorida que sai das entranhas como a flama de um lume que a
tudo consome. Paixão pura, gratuita, sem outro fim senão o de
arder, tanto maior quanto mais se oferta : "dom sagrado".
Dos becos e vielas do coração obscuro de Lisboa ou dos salões da aristocracia castiça uma mesma Voz se ergue, quando o crepúsculo reabsorve na treva as femininas formas da cidade branca e rosa. O vento, que outrora engravidava as éguas no Monte Santo, vem agora dedilhar as cordas de uma guitarra portuguesa. O Tejo empresta a frescura e o ritmo das suas vagas. E as ninfas, sereias e tritões tomam forma humana, vestem-se de negro, à luz da Lua, para ficarem mais nús, mais íntimos à Noite absoluta. Então as Musas, as camonianas Musas, sopram : a celebração começa.”
Dos becos e vielas do coração obscuro de Lisboa ou dos salões da aristocracia castiça uma mesma Voz se ergue, quando o crepúsculo reabsorve na treva as femininas formas da cidade branca e rosa. O vento, que outrora engravidava as éguas no Monte Santo, vem agora dedilhar as cordas de uma guitarra portuguesa. O Tejo empresta a frescura e o ritmo das suas vagas. E as ninfas, sereias e tritões tomam forma humana, vestem-se de negro, à luz da Lua, para ficarem mais nús, mais íntimos à Noite absoluta. Então as Musas, as camonianas Musas, sopram : a celebração começa.”
[…]
- Paulo
Borges
O
poeta Teixeira de Pascoes encontrou um dia uma senhora no Castelo de
S. Jorge meio especada e perguntou-lhe o que estava ali a fazer. Ao
que ela respondeu: “Estou aqui”. E ele , sem perceber nada,
perguntou se aquilo era resposta. Ao que ela retorquiu: “ e o
senhor acha que é pouco eu estar aqui!?”. Pascoais escreve que
isto foi uma revelação, maior do que tudo o que encontrou na obra
de Platão e outros.
(Era
isto que relatava Paulo Borges numa aula.)
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